Assim como o Bitcoin, o Ether, a criptomoeda do blockchain Ethereum, é uma referência entre as moedas digitais. Para se ter uma ideia da força do ativo, só no último ano, o token ultrapassou a gigante de pagamentos Visa no valor transacionado. Segundo os registros da rede, foram mais de US$ 11,6 trilhões movimentados dentro da plataforma descentralizada. Esse sucesso e desempenho repercutiram positivamente em seu preço, em 2021. Aliás, esse período foi bastante festivo para os traders e entusiastas das moedas digitais. Enquanto o Bitcoin atingiu sua máxima histórica de US$ 69 mil, em novembro, o Ether seguiu o mesmo caminho de alta, também atingindo um topo nunca antes visto, de US$ 4,8 mil. Entretanto, tempos difíceis vieram para as criptomoedas, que tiveram uma queda de preços comum, mas intensa. Agora, os analistas e traders esperam que o Ether retome os ganhos expressivos, caso um padrão gráfico se repita.
A queda do Ether
Por mais diferente que o setor de criptomoedas seja do mercado tradicional, este ainda é um ambiente composto por pessoas e suscetíveis a variações mercadológicas e políticas pré-existentes. No momento em que a desvalorização do Ether e outras criptomoedas começou, os investidores discutiam sobre um possível aumento de juros pelo Banco Central dos Estados Unidos e seu impacto posterior. Esta ação seria uma tentativa de conter a inflação do país que, só em 2021, registrou alta de 7%, a maior desde 1982.
O movimento de alta de juros causou uma queda rápida de ações de maior risco, assim como as criptomoedas. Em contrapartida, os rendimentos dos títulos do tesouro norte-americano dispararam. Com ganhos consideráveis em um ativo de baixíssimo risco, os investidores passaram a migrar suas posições para os papéis do governo. Conforme a taxa de juros aumenta, maior será o rendimento desses títulos.
Enquanto isso, o mundo viu a escalada da tensão entre Rússia e Ucrânia até o momento da invasão ao país do presidente Volodymyr Zelensky. O conflito preocupou o mundo, que viu o preço de gás e petróleo subir rapidamente, com a possibilidade de uma restrição aos combustíveis. A prontidão de armas nucleares e a participação da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) colocaram mais lenha na fogueira, injetando dúvidas sobre o futuro da economia global.
Ether tenta recuperação
Em meio à turbulência, o Ether viu seu preço buscar, até o momento, uma mínima de US$ 2,1 mil, em janeiro deste ano. Entretanto, uma recuperação da criptomoeda já é vista pelo mercado, com o ativo chegando, aos US$ 3,3 mil, em fevereiro.
Agora, o Ether parece estar caminhando para uma subida de preços, quem sabe, para os US$ 4 mil. Embora a atualização para o Ethereum 2.0 esteja demorando mais do que esperado e memes pela internet brotem tirando sarro com o blockchain, os analistas observam, por meio de análise técnica – ou seja, o estudo de gráficos de preços e indicadores -, um padrão que, caso se confirme, devolverá a moeda para níveis mais altos.
Ombro-Cabeça-Ombro (Inverso)
Durante a análise técnica, é possível identificar alguns desenhos. No caso do Bitcoin, por exemplo, há uma figura chamada de Bart, em que os preços sobem e descem com certa velocidade e intensidade, formando uma figura semelhante à cabeça do personagem Bart Simpson. Ao identificar esses padrões, é possível ter uma ideia ou pelo menos um indicativo de qual poderá ser o próximo movimento do ativo.
Outro desenho interessante, é o ombro-cabeça-ombro. Em resumo, essa análise aponta uma alta de preços do ativo e uma queda de cerca de metade dos últimos ganhos. Depois, ocorre uma nova subida, maior que a primeira “pernada”. A partir daí, há um recuo até o fundo da primeira correção para, então, uma nova alta, próximo ao nível do início dos ganhos. Ou seja, é como se fossem três triângulos, sendo dois menores, nas pontas, e um maior, no centro. Por isso, “ombro-cabeça-ombro”.
Geralmente, esse desenho indica que o ativo tem maiores chances de recuar seu preço no movimento seguinte. Entretanto, a recuperação do Ether para os US$ 4 mil passa por uma perspectiva diferente do ombro-cabeça-ombro. Aqui, o desenho está invertido. Assim, os triângulos, em vez de apontarem para cima, em alta, agora, estão desenhados como baixa. Assim, caso o padrão se confirme, é possível que o final da figura coloque a criptomoeda novamente para cima. Ao utilizar outros indicadores, como suportes e resistências, o nível dos US$ 4 mil pode ser o destino final do Ether no curto prazo.
A análise técnica é uma ferramenta superimportante para os traders, pois dá sustentação às decisões em cada operação. Vale destacar, porém, que esta não é uma dica de investimento. Este é um informativo, com informações coletadas por vários especialistas. Cada ação requer muito estudo e cautela. Afinal, os desenhos técnicos sinalizam uma possibilidade e não uma garantia. O atual momento global também aumenta a cautela, já que oscilações bruscas no humor dos investidores estão mais suscetíveis.