O brasileiro sempre foi bastante adepto ao investimento na poupança. Afinal, esta metodologia é o que se pode dizer uma das aplicações mais seguras e de resgate bastante veloz, já que fica disponível no saldo do correntista. Só em 2021, a poupança somava mais de R$ 1 trilhão. A partir de 2020, entretanto, a pandemia do novo coronavírus empurrou as pessoas para dentro de suas casas. Com um tempo livre maior, a necessidade de rentabilizar e acesso a informações mais simplificadas na internet, o brasileiro passou a tomar gosto pelo Mercado Financeiro. Não à toa, se em 2020 o país já registrou um salto significativo para quase 3,3 milhões de pessoas físicas cadastradas na bolsa de valores brasileira, em dezembro do ano passado, existiam 4.976.145 contas abertas na B3. Ainda há muito espaço para que novas pessoas participem deste segmento, mas é importante saber o que é e como funciona o Mercado Financeiro.
O que é o Mercado Financeiro?
Seja no Brasil, Estados Unidos, China ou em qualquer outro país do mundo, o Mercado Financeiro nada mais é do que um ambiente de negociações de produtos financeiros, em que as pessoas se reúnem para selar acordos entre as partes.
Esta “entidade” é responsável por alinhar os interesses. Enquanto uma pessoa, com dinheiro sobrando, quer emprestar valores (comprar ações) para rentabilizar com juros em cima do aporte, há um outro lado precisando de dinheiro (vender ações) para financiar seus projetos. Assim, o Mercado Financeiro permite que pessoas e empresas tomem e emprestem dinheiro em um ambiente centralizado e sem a necessidade de um contato tão direto. É o famoso “se organizar direitinho, todo mundo ganha”.
Divisão do Mercado Financeiro
No Brasil, todo o Mercado Financeiro é dividido em quatro grandes mercados:
Mercado de Câmbio
Aqui, ocorrem as trocas de moedas, por exemplo, real por dólar ou euro. Este mercado é explorado por empresas que possuem relações internacionais, como exportadoras, até pessoas físicas que pretendem viajar para fora do país ou precisam enviar dinheiro para alguém além das fronteiras nacionais. O Banco Central tem forte atuação, administrando, fiscalizando e controlando as operações deste tipo.
Mercado Monetário
Neste segmento do Mercado Financeiro, acontecem as transações de curtíssimo prazo, de no máximo 24 horas. O famoso CDI (Certificado de Depósito Interbancário), por exemplo, está aqui. Este Certificado é um dos investimentos de renda fixa que conseguem devolver rendimentos próximos à taxa de juros (SELIC). Em resumo, estes papéis correspondem a empréstimos entre bancos que precisam, no final do dia, fechar o expediente com o caixa positivo.
Mercado de Crédito
Em momentos de necessidade, um cartão de crédito ou empréstimo no banco pode ser um salvador. Muitos acabam indo para o cheque especial, os próprios cartões, empréstimo pessoal ou outras modalidades de angariar dinheiro. Esses itens estão contemplados justamente aqui nesta parte do Mercado Financeiro.
Mercado de Capitais
O mercado de capitais é onde as grandes empresas se expõem em busca de financiamento de seus projetos, ou como sugere o nome, capital para suas operações. Aqui, elas oferecem títulos de dívidas, que podem ser compradas por pessoas físicas ou outras empresas, recebendo um retorno pelo “empréstimo”.
Esses papéis são como acordos, em que a empresa vendedora se compromete a pagar em um determinado prazo e com juros para os compradores. Quem toma conta deste jogo aqui é a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Como você pode ver, cada um desses mercados possui características bastante distintas, inclusive de perfis. Uma pessoa muito conservadora talvez não se desse muito bem no mercado de capitais. Um lugar que parece ser bastante agradável a investidores mais arrojados. Fato é que o Mercado Financeiro está repleto de oportunidades rentáveis e mais interessantes do que a poupança, abrangendo todos os tipos de público.