Para muitos brasileiros, a poupança foi o único investimento feito em toda uma vida. A falta de uma educação financeira mais elaborada e os temores do caricato mercado financeiro ajudam no distanciamento das pessoas para outras aplicações. O cenário só foi começar a dar seus primeiros passos de mudança a partir de 2020, com o início da pandemia do novo coronavírus. Em 2019, por exemplo, a B3, responsável pela administração da bolsa de valores brasileira, registrava cerca de 1 milhão de investidores cadastrados. O número, entretanto, foi subindo, conforme o isolamento social aumentava para minimizar o avanço da COVID-19 no país, até chegar a uma marca de 4 milhões de novas contas, até novembro de 2021. Esse apetite por diferentes tipos de investimentos contrasta de forma consistente com os dados da já cansada poupança brasileira. Segundo dados do Banco Central, a poupança pagou 2,99% em 2021, muito abaixo dos 10,06% da inflação oficial do país. Com isso, os investidores sacaram da aplicação R$ 35,5 bilhões no último ano. Diante, então, de uma poupança defasada, quais tipos de investimentos sobram para os brasileiros?
Tesouro Direto
Enquanto a poupança é a queridinha dos brasileiros por conta de sua segurança, o Tesouro Direito também é um dos tipos de investimentos de baixíssimo risco. Basicamente, este produto leva uma pessoa comum a emprestar dinheiro ao governo. A partir deste valor, o país pode fazer seus investimentos, como obras de infraestrutura ou arcar com custos do estado, remunerando, então, o cidadão que fez esse empréstimo. Com isso, as chances de um calote ou qualquer coisa do tipo estão praticamente fora de cogitação.
Esse tipo de investimento costuma trazer retornos muito maiores do que os da poupança, mesmo considerando a tributação pelo Imposto de Renda. É importante ficar atento, entretanto, ao período de encerramento de saque. O Tesouro Direto possui um prazo final da aplicação, que pode ser de curto, médio e longo prazos, seguindo um valor pré-fixado, com juros semestrais ou até vinculado ao IPCA.
CDB
O Certificado de Depósito Bancário é um dos tipos de investimentos mais famosos, fora a poupança. Isso porque muitos bancos já oferecem essa modalidade a seus clientes. Aqui, o risco também é baixo, afinal, o correntista está emprestando dinheiro ao banco, que, convenhamos, está longe de ser um ambiente de volatilidade. Assim como ocorre com o governo, no Tesouro Direto, a instituição bancária escolhida no CDB utilizará o valor aportado para custear a sua atividade-fim, como empréstimos e financiamentos.
Os CDBs também incidem no Imposto de Renda. Mesmo assim, esse tipo de investimento consegue ainda trazer resultados mais expressivos do que a poupança que, rende, hoje, cerca de 70% do valor da taxa básica de juros (SELIC). Desta forma, CDBs com retorno superior de 70% do CDI já devem ser o bastante para cobrir os ganhos com a poupança.
LCI/LCA e LC
Esses três tipos de investimento, também conhecidos como Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e Letras de Câmbio (LC) podem ser resumidos em aplicações financeiras no setor imobiliário, agrícola e financeiro, respectivamente.
Todos esses tipos de investimento são de renda fixa e estão seguros pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que assegura até R$ 250 mil por instituição financeira e por CPF, caso a instituição que vendeu o título apresente dificuldades financeiras para arcar com os pagamentos combinados. Tanto a LCI, quanto a LCA são isentas de tributação pelo Imposto de Renda, com exceção da LC. Isso, entretanto, não torna uma mais ou menos rentável que a outra.
No caso desses três tipos de investimento, é preciso ficar atento ao produto ofertado antes de qualquer ação. Por isso, sempre consulte um profissional de confiança.
Fundos de Investimento
Os Fundos de Investimento são uma opção bem mais abrangente para quem quer diversificar um pouco mais seu portfólio de aplicação e, claro, sair da poupança.
Esse tipo de investimento dilui o valor aportado em uma série de outras aplicações, como fundos de renda fixa, fundos de ações, fundos multimercados, fundos cambiais, fundos de dívidas, ETFs e fundos imobiliários. Mas não precisa se preocupar em conhecer tudo isso. Afinal, nos Fundos de Investimento, há um gestor procurando as melhores estratégias e aplicações para obter um melhor retorno dos produtos.
Inclusive, é possível personalizar o serviço, por meio da rentabilidade, prazo de resgate, nível de risco e aporte mínimo.
Aqui, foram listadas algumas opções de um universo gigantesco de aplicações. São tipos de investimentos bastante variados, com apelo muito mais interessante do que a poupança, sem perder, claro, a segurança.
Como sempre lembramos, estas não são indicações ou recomendações de investimentos. Este texto possui caráter apenas informativo, sendo responsabilidade do leitor qualquer atitude referente às aplicações. Antes de iniciar um investimento, consulte um profissional de confiança!
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