A crise imobiliária nos Estados Unidos, em 2008, foi um grande baque para a economia mundial. Na época, a especulação em cima do mercado de imóveis levou os bancos a flexibilizarem o acesso a financiamentos, enquanto as próprias instituições financeiras negociavam as dívidas de seus clientes com outras empresas, gerando uma cascata de lucros. Quando o dinheiro acabou, a bolha estourou e uma crise global foi iniciada. Nesse momento, o Bitcoin começou a ser idealizado, como uma maneira de criar uma economia “paralela” e fora do controle dos grandes bancos e governos. Pouco menos de 15 anos depois, a situação financeira dos países não é nada boa, ainda mais com a chegada da pandemia do novo coronavírus. Na América Latina, por exemplo, o Brasil aponta uma inflação bastante alta, próxima dos 10%. A Argentina, que já vive esse problema há mais tempo, soma mais de 50% de indicador inflacionário. Entre as várias possibilidades que nossos vizinhos encontraram para sair do forte aumento de preços, está uma criptomoeda, em homenagem ao ídolo do futebol Diego Maradona.
Criptomoeda contra a crise
Nossos vizinhos, há alguns anos, estão brigando com o crescente índice inflacionário. No começo, a alternativa encontrada pelos argentinos foi a venda de pesos para a compra de dólares. Isso, entretanto, só piorou a situação econômica do país, levando o governo, do então presidente Mauricio Macri, a restringir o volume de aquisição da moeda norte-americana, sob ainda uma exigência de justificativa para a compra.
A população, então, precisou desbravar outras possibilidades e, encontrou, nas criptomoedas, uma maneira de reduzir os impactos da inflação em suas economias. Embora as autoridades tenham conseguido restringir o acesso às moedas digitais, ele foi apenas parcial. O único impeditivo é que as pessoas não podiam utilizar cartões de débito e crédito para comprar Bitcoin e outras moedas. Mesmo assim, por ser uma moeda descentralizada, as ações surtiram pouco efeito. Segundo dados de atividade da rede, compilados pela corretora LocalBitcoins – uma das mais influentes no país – e da Arcane Research, o volume de negociações na plataforma disparou 1028% em pesos argentinos, 407% em Bitcoin, e 139% em dólar, desde o início da crise no país.
Uma homenagem ao povo
Diante de um cenário econômico caótico, a figura de um dos maiores ídolos do país se une às criptomoedas, quase como uma espécie de salvação ao povo argentino. Diego Armando Maradona, falecido em 2020, dá nome à moeda digital “maradólar”, que deve ser lançada em 30 de outubro, na data em que o ex-jogador comemoraria 61 anos de idade.
De acordo com os desenvolvedores do maradólar, o projeto quer levar uma criptomoeda popular aos argentinos – por isso o uso da figura de Diego Maradona –, ao mesmo tempo em que dá acesso a uma economia informal às pessoas, diante da escalada inflação no país.
Como conseguir a criptomoeda de Diego Maradona?
Ao contrário do Bitcoin e tantas outras criptomoedas espalhadas pelo mundo, a moeda digital de Diego Maradona não estará cotada nas exchanges neste primeiro momento. Seu preço, inclusive, será definido pelos próprios usuários, conforme sua oferta e demanda.
Segundo o site oficial da moeda digital (maradolar.com), serão aceitos até 100 mil usuários ativos para receber a criptomoeda e não será preciso um aporte inicial para recebê-la. Além disso, haverá uma doação de 10 mil unidades de maradólar para 10 mil inscritos.
Um craque de bola, que deixa um legado importante de representatividade ao povo argentino, agora, podendo dar cara para mais um passo de liberdade e esperança à população! Viva, Diego Maradona!