A tecnologia blockchain e o termo criptomoedas passaram a ser conhecidos a partir de 2008, quando o pseudônimo Satoshi Nakamoto idealizou o Bitcoin. Até então, a ideia dessa moeda digital era funcionar como uma unidade monetária, como em compras, pagamentos e transferências. Hoje, muitas funcionalidades ganharam vida neste setor, que os próprios desenvolvedores do Bitcoin talvez nunca tivessem imaginado, como investimentos, smart contracts, mas, principalmente games. Sim, os jogos em blockchain estão cada vez mais populares no mundo e atraíram um público diversificado, desde crianças até adultos que buscam uma maneira de complementar a renda financeira da casa.
O que é um jogo em blockchain?
Alguns que estiverem lendo este artigo, com certeza já se depararam com uma mesa de fliperama com Pacman. Outros, talvez lembrem bastante do game de futebol Winning Eleven, no início dos anos 2000. Os mais novos, por sua vez, estejam engajados no hype do recém-lançado Elden Ring. Esses títulos, em comum, são bastante famosos entre as pessoas e possuem jogabilidades e estilos bastante diferentes entre si.
No caso dos jogos em blockchain, a jogabilidade também se traduz da mesma maneira. Há produções, como Bomb Crypto, que replicam um jogo de quebrar blocos Super Bomberman, do Super Nintendo. O Axie Infinity reúne equipes de três monstrinhos para batalhar entre si. O CryptoCars, que mal chegou a ser lançado direito, seria um game de corrida. E por aí vai.
O que muda entre um título tradicional e um jogo em blockchain é sua estrutura de participação. No caso das produções utilizando essa tecnologia, o usuário não necessariamente precisa comprar o game, mas, sim, o NFT de um personagem para garantir acesso às partidas. O Thetan Arena, por exemplo, oferece três players gratuitos. Porém, missões e outros benefícios só podem ser adquiridos a partir da aquisição de personagens pagos, que são vendidos como NFTs.
A partir daí, o jogo promove a realização de tarefas diárias e remuneração com uma criptomoeda nativa do jogo. No caso do Axie Infinity, a Small Love Potion (SLP) é a moeda de recompensa. Esses tokens podem ser usados para a compra de itens dentro da plataforma ou até mesmo vendidas fora, em exchanges de moedas digitais, permitindo, de certa forma, obter lucros com as negociações e o game.
Como está o mercado de jogos em blockchain hoje?
A indústria global de games é uma das mais rentáveis do mundo. Para se ter uma ideia, a consultoria Newzoo fez um levantamento preliminar e registrou uma movimentação de US$ 175,8 bilhões, em 2021. O número expressivo, entretanto, mostra uma queda de 1,1%, em relação a 2020, em consequência da falta de chips para a produção de hardwares. Mesmo assim, as perspectivas para 2023 apontam para mais de US$ 200 bilhões em movimentações.
Enquanto isso, os jogos em blockchain vêm construindo sua escalada. Segundo uma pesquisa da DappRadar e Blockchain Game Alliance (BGA), só no primeiro trimestre deste ano, este setor faturou mais de US$ 2,5 bilhões. As projeções para o final de 2022 miram os US$ 10 bilhões.
Os dados mostram ainda que os jogos em blockchain são responsáveis por 52% de toda a atividade da indústria de blockchains. Vale destacar aqui que “atividade” é diferente de volume monetário de transações. De qualquer forma, o setor atraiu 1,22 milhão de carteiras únicas ativas só em março deste ano. Em comparação com o mesmo período do ano passado, este número avançou 2.000%. Com isso, cresce cada vez mais a perspectiva de que grandes empresas, já consolidadas no mercado tradicional, aumentem suas apostas nos jogos em blockchain. Afinal, este setor ainda está em plena expansão e pode ser um novo ramo para os principais produtores.