Para os que viveram o final dos anos 1990 e começo de 2000 em sua plenitude, com certeza se lembram do Napster, Kazaa, Emule e outros aplicativos para download – piratas – de músicas. Antigamente, para ouvir seu artista preferido, era preciso ter o CD completo ou esperar que ele tocasse na rádio para que a canção fosse gravada nas tradicionais fitas K-7. A indústria musical, porém, foi evoluindo com o passar dos anos, principalmente com a era digital. De acordo com a Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI), a renda com músicas gravadas no Brasil subiu 24,5%, só durante o período de pandemia do novo coronavírus, sendo este o maior crescimento da indústria fonográfica nos últimos 20 anos no país. No mundo, a alta foi de 7,4%. Neste mercado, entretanto, há ainda algumas lacunas, que os NFTs de música estão resolvendo, beneficiando os artistas e mudando a maneira como o jogo acontece.
O que são NFTs?
Os NFTs (ou tokens não fungíveis) se tornaram um tema bastante discutido no mundo da tecnologia e até mesmo aqui em nosso blog. Basicamente, eles são contratos inteligentes escritos dentro de um token e registrado no blockchain, de forma imutável e acessível quando preciso.
Em sua essência, os NFTs são usados para itens, produções, ideias e outras coisas que tendem a ser exclusivas ou limitadas. Uma obra de arte, por exemplo, seria um excelente caso para ser transformado em um token não fungível. Empresas grandes, como a NBA, liga norte-americana de basquetebol, já utiliza a tecnologia para comercializar lances e fotografias inéditas de seus jogos.
Como funcionam os NFTs de música?
Os NFTs de música correspondem a um certificado de propriedade digital de um áudio exclusivo. Eles funcionam como prova de propriedade, graças ao seu registro dentro de um blockchain. Isso permite que ele carregue um selo de autenticidade, que pode ser validado a qualquer momento pelas partes interessadas. Os NFTs de música ainda podem ser facilmente comercializados em plataformas específicas, seja para compra ou venda.
Qual a vantagem dos NFTs de Música?
Só na primeira metade de 2021, o streaming de áudio cresceu 27% em todo o mundo, segundo um relatório da RIAA, órgão que controla a distribuição de músicas gravadas. Esse montante gerou US$ 7,1 bilhões, bem acima dos US$ 5,1 bilhões do mesmo período de 2020. Até mesmo itens físicos, como discos de vivil e CDs – considerados obsoletos – tiveram crescimento de 94% e 43,9%, respectivamente. Toda essa renda, entretanto, é dividida entre toda a cadeia participante, que inclui músicos, gravadora, plataformas de streaming, curadores, e por aí vai. No fim, o artista fica com uma pequena parcela de sua obra.
No caso dos NFTs, o jogo muda bastante de figura. Aqui, os músicos passam a ter praticamente controle total sobre suas produções. Hoje, ainda há poucas plataformas que negociam os direitos de um aúdio. Basicamente, comprar NFTs hoje é uma maneira de pagar pelos direitos virtuais de posse e apoiar diretamente artistas que o fã considere subvalorizado pela indústria tradicional.
Os NFTs de música ainda oferecem uma flexibilidade enorme para os artistas, seja pela comercialização de uma música ou álbum completo, mas também ingressos para shows, itens personalizados, videoclipes e artes digitais ou fotos. Toda renda gerada pelos NFTs de música poderia ser destinada exclusivamente para os artistas produtores de suas obras, sem a necessidade de intermediações.
Como os NFTs de música estão mudando o mercado?
O que parece uma tecnologia outsider, na realidade, já está contando com a participação de grandes players, como a Warner Music Group e Universal Music Group. As duas empresas, por enquanto, possuem parceria com empresas que criam avatares digitais e itens utilizáveis no metaverso, mas o projeto deve ser expandido para os NFTs de música.
Enquanto isso, artistas se enxergam mais autônomos, pois podem não só participar da tecnologia mais revolucionária dos últimos anos, como também possuem mais controle sobre suas obras. Os NFTs de música permitem que os artistas reivindiquem a propriedade total de seu trabalho, sem a necessidade de uma gravadora ou plataforma de streaming fazendo a intermediação.
Enfim, a cultura e os músicos estão tendo um espaço mais justo para ter suas produções realmente valorizadas. Você já possui alguns NFTs de música? Conta aqui nos comentários para a gente!