Grande parte dos brasileiros sempre foi muito acostumada a, quando tinha oportunidade, “investir” suas economias na poupança. Essa aplicação, embora bastante segura e de fácil resgate, está longe de ser a melhor opção. Hoje, com a facilidade de aplicativos e uma variedade enorme de conteúdos explicativos online, as pessoas começaram a olhar diferente para ações um pouco mais elaboradas, como Tesouro Direto e bolsa de valores. A pandemia do novo coronavírus foi, inclusive, um grande impulsionador na busca por novos investimentos. Para se ter uma ideia do aumento na adesão, a B3, responsável pela administração da bolsa de valores nacional, divulgou um balanço em que o número de usuários cadastrados na operadora quase dobrou no período, saltando de 1,6 milhão, em 2019, para 3,17 milhões, em 2020. A tendência permanece este ano, com mais de 3,8 milhões de contas abertas na bolsa até junho de 2021. Com mais tempo para pesquisas e a vontade de diversificar o portfólio, os brasileiros aumentaram sua exposição e estão em busca, agora, das criptomoedas, principalmente do bitcoin. Segundo um levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da gestora de fundos de criptoativos Hashdex, o bitcoin se tornou o terceiro investimento preferido no país. Estima-se ainda que existam mais de 3 milhões de entusiastas das criptomoedas por aqui.
Mas, o que torna o bitcoin tão atraente?
Na hora de escolher um investimento, é sempre importante realizar um estudo básico sobre a aplicação. Se for decidido, por exemplo, comprar ações da Petrobras, vale dar uma olhada nas notícias sobre o mercado de combustíveis e óleos, quais novidades estão por vir ou crises que a empresa possa estar passando, o balanço financeiro, o desempenho dos papéis nos últimos meses, entre outros.
Ao pensar nos motivos para investir em bitcoin, as sugestões permanecem as mesmas. Afinal, as criptomoedas, de forma geral, são extremamente recentes em termos históricos. São apenas 11 anos desde o lançamento da primeira moeda digital: o próprio bitcoin. Desta forma, compreender seu funcionamento, como ele gera valor, acompanhar as principais notícias e atualizações do blockchain, entre outros estudos, são fundamentais para uma decisão certeira. Todos esses conteúdos você encontra aqui em nosso Blog, mas, decidimos dar uma colher de chá e separar alguns motivos para investir em bitcoin.
1 – Bitcoin é a primeira criptomoeda
Desenvolvida em 2008 e lançada para compra pública em 2010, o bitcoin foi a primeira criptomoeda do mundo. A partir dela, uma série de outras moedas digitais passaram a ser idealizadas, puxando uma enorme fila de ativos e funcionalidades diferentes. Estima-se que existam, hoje, mais de 5 mil tokens ao redor do mundo. Seu pioneirismo e suportes operacionais praticamente intocáveis até hoje, tornam o bitcoin a principal opção de investimento neste setor.
2 – Universal, acessível e democrático
Para realizar qualquer tipo de transação financeira, a maioria das pessoas precisa de um banco – seja ele físico ou digital. Não importa se você vai enviar um dinheiro para um colega ou para fora do país, o tempo da movimentação e as taxas cobradas pelo serviço são bastante altas.
No caso do bitcoin, a criptomoeda é universal, acessível e democrática. Isso quer dizer que o ativo pode ser enviado para qualquer lugar do mundo, passando pela rede descentralizada do blockchain, com toda a segurança e velocidade que a tecnologia oferece. Uma transação, muitas vezes, leva menos de 1 minuto para ser concretizada, enquanto a taxa de movimentação chega a ser de centavos. A moeda digital também é acessível. Embora o comum de acesso à criptomoeda seja por carteiras digitais online, é possível também transferir o token para uma unidade de armazenamento offline, como um simples pendrive. Assim, não é preciso conexão com a internet para enviar ou receber bitcoins. Já o âmbito democrático se dá pela facilidade de divisão do ativo. Uma unidade de bitcoin pode possuir até oito casas decimais. Ou seja, é possível comprar a criptomoeda a partir de 0,00000001 btc – cerca de R$ 0.0022. Essa fração mínima, é chamada Satoshi.
3 – Escasso
Em uma retrospectiva histórica não muito longa, o ouro sempre foi um ativo bastante atrativo para a maioria das pessoas e não apenas por sua beleza, mas, também, pelo seu valor. Algumas empresas de alto porte ainda possuem uma certa reserva na pedra, assim como muitos Bancos Centrais sustentam parte de suas economias lastreadas no metal precioso. Essa escolha pelo ouro acontece, pois esse item é aceito no mundo inteiro, valioso e, principalmente, escasso. O limite de ouro disponível na natureza cria uma espécie de proteção, que impede variações mais intensas em seu preço, enquanto se mantém um objeto bastante procurado, mesmo em momentos de crise financeira.
O bitcoin, embora uma criptomoeda, também é escassa. Quando Satoshi Nakamoto desenvolveu esse ativo, ele adicionou, em seu código de programação, que seriam emitidas “apenas” 21 milhões de unidades da moeda, tornando o volume de circulação restrito no longo prazo. Não à toa, muitos analistas chamam o bitcoin de “ouro em sua versão digital”, pela sua semelhança na oferta limitada. Com isso, da mesma forma que o metal precioso, a criptomoeda também está sendo vislumbrada como um ativo de segurança para momentos de instabilidade política e econômica.
4 – Adesão institucional
Grandes empresas sempre se preocupam em estabelecer boas práticas para manter o bom avanço dos trabalhos e lucros, mas também se proteger em momentos em que o mercado não está muito favorável. Assim, além das produções cotidianas, as companhias investem parte de seu capital em ativos diversos, como ações, fundos, títulos do governo e ouro.
Essa perspectiva se sustenta até hoje, mas com um viés um pouco diferente. Empresas, principalmente as norte-americanas, estão se expondo cada vez mais ao bitcoin. A MicroStrategy, por exemplo, começou como uma desenvolvedora de softwares e, por meio de suas ações, conseguiu oferecer um fundo regulamentado de criptomoedas para investidores institucionais. A partir daí, o burburinho se espalhou, com muitas companhias aplicando parte de suas reservas em bitcoin. Mais recentemente, a gigante fabricante de carros elétricos Tesla, de Elon Musk, anunciou a compra da criptomoeda para seu caixa, enquanto o próprio executivo afirmou também possuir o ativo em sua carteira pessoal.
Motivos não faltam para investir em bitcoin. Mas, como citado neste texto, sempre faça um estudo próprio e converse com pessoas que conhecem o mercado antes de qualquer movimento. Ainda mais, seja no bitcoin ou ações tradicionais, nunca aplique um dinheiro que não está disposto a perder, pois as flutuações financeiras podem ser cruéis em determinados segmentos.