Apesar de serem consideradas por muitos apenas um investimento, saber como usar as criptomoedas no cotidiano pode ser uma ferramenta incrível para driblar obstáculos burocráticos e altos custos.
Uma das metodologias bastante difundidas está nas remessas e pagamentos internacionais com criptomoedas.
Como usar criptomoedas para transações internacionais?
As criptomoedas são ativos completamente digitais, podendo, assim, ser movimentadas de um lado para o outro e para qualquer lugar do mundo.
A realidade é que fazer transferências internacionais é uma das mais interessantes utilidades das criptomoedas.
Basta ter o endereço público – carteira digital – de uma pessoa ou empresa, que já é possível realizar pagamentos ou enviar dinheiro para alguém no exterior.
Tudo isso, muitas vezes, na palma de sua mão, em uma wallet instalada no smartphone, com um plugin no navegador do computador ou, então, em um pendrive específico para armazenamento offline.
Exemplos de uso das criptomoedas
Para citar um, entre vários exemplos de utilização das criptomoedas, está nossa vizinha Argentina.
Com a inflação galopante por lá, muitos argentinos estão tentando se proteger do aumento desenfreado de preços, assim como certas restrições do país ao dólar norte-americano.
Por isso, o número de trabalhadores que estão pedindo para que seus salários sejam pagos com moedas digitais não para de crescer.
A partir do modelo descentralizado da blockchain, não tem como o governo local controlar a entrada de “dinheiro internacional”. E como muitas das criptomoedas e stablecoins têm pares em dólares, esta é uma oportunidade para que a população drible a burocracia e outras restrições.
Criptomoedas como pagamento digital
De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), sete a cada dez transações financeiras no país foram feitas de forma digital, em 2021, totalizando 119,5 bilhões de movimentações.
O sistema SWIFT (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication), que oferece uma estrutura financeira global, até resolveu parte das burocracias entre os bancos para as transações internacionais.
Porém, o custo dessas remessas ainda é alto, assim como sua demora.
Desta forma, as pessoas descobriram como usar criptomoedas para manter um fluxo de dinheiro para fora do país, sem passar por uma série de dores de cabeça.
Estudo aponta para um futuro descentralizado
Em um estudo divulgado pelo Banco de Compensações Internacionais de Basileia (BIS), o uso das chamadas DLTs (Tecnologia de Contabilidade Distribuída) deve ser o guia para que reguladores entendam que o futuro do setor financeiro é a descentralização.
A proposta do documento é encontrar maneiras de simplificar o atual processo de transferências internacionais e liberar todo o potencial das blockchains.
Como sugestão para identificar essas melhorias, o estudo pede para que os leitores se afastem das regras já estabelecidas no mercado financeiro tradicional.
“Aprimorar os pagamentos transfronteiriços é um problema multifacetado que requer uma abordagem abrangente, e a DLT pode ser uma maneira de lidar com essas ineficiências”, destaca o texto.
O receio de possíveis ações fraudulentas é constantemente levantado no setor cripto. Porém, pessoas que usam criptomoedas estão mais suscetíveis a serem rastreadas do que as que optam por transações monetárias tradicionais.
Por isso, o documento destaca que as soluções para combater financiamento ao terrorismo e lavagem de dinheiro já podem ser encontradas dentro da própria tecnologia blockchain.
Assim, a proposta mostra um sistema de pagamentos seguro, rápido e barato, já disponível para ser usado por pessoas e empresas. Porém, ao utilizar os óculos da tradicionalidade podem impedir a visualização completa dos benefícios das DLTs.