Investir parte das economias ainda é novidade para a grande maioria dos brasileiros. Mas graças aos smartphones, internet e influenciadores digitais, informações sobre esse setor ficaram bem mais acessíveis e didáticas, desmistificando um pouco as letrinhas miúdas ou as palavras difíceis dos gerentes de bancos. Para se ter uma ideia, a bolsa de valores brasileira chegou à marca de 4,2 milhões de investidores pessoas físicas, segundo a B3. Desde 2020, há um crescimento de 500 mil novas contas, por semestre. Entretanto, a falta de conhecimento em montar uma Carteira de Investimentos ainda é uma pedra no sapato para a maioria das pessoas. Não à toa, a poupança continua sendo a preferida por 56% dos brasileiros. Mas se você quer, enfim, sair desse mundo bancário, vamos aqui te dar 5 dicas para montar uma Carteira de Investimentos do zero e, assim, ajudar você a ampliar a possibilidade de ganhos.
A importância de diversificar!
Diversificar é uma palavra que vale tanto para investimentos quanto para a vida. Imagine comer sempre o mesmo chocolate por décadas. Isso não vai torná-lo ruim ou menos saboroso. Porém, o gosto será sempre o mesmo e, portanto, variar, pode trazer novas experiências ao seu paladar. Nos investimentos, algo semelhante acontece.
Para os que aplicam na poupança, sempre terão um rendimento constante, embora pequeno. Sem grandes emoções, com poucos riscos de perdas, mas também possibilidades de ganhos bastante limitadas. A partir do momento em que há uma diversificação nas operações, é possível não só manter a proteção, mas também expandir a chance de retornos mais expressivos.
O que é uma Carteira de Investimentos?
Sobre esse conceito básico de diversificação, a Carteira de Investimentos nada mais é que a concretização dessa variedade de aplicações possíveis, como rendas fixas e variáveis. Possuir uma Carteira de Investimentos, então, divide o capital da pessoa em várias possibilidades.
Se por algum motivo você perder dinheiro com uma ação da Petrobras, por exemplo, pode estar recuperando ou ganhando o valor com papéis de alguma empresa de tecnologia. Esse equilíbrio reduz os riscos e potencializa possíveis ganhos.
5 dicas para montar uma Carteira de Investimentos
Agora que você já sabe a importância de uma Carteira de Investimentos, vamos a algumas dicas para construir uma.
1 – Trace seu perfil de investidor
Investir seu dinheiro não é uma tarefa difícil. Ainda mais se você está lidando em um terreno que é confortável para você. Uma pessoa muito conservadora pode simplesmente perder dias de sono ao ver as ações da Petrobras caindo mais de 4% em um dia. Enquanto os mais adeptos ao risco talvez nem se preocupem com a queda dessa sessão e sigam suas vidas normalmente.
Para cada aplicação, há um tipo diferente de “estômago”. Assim, faça as contas do quanto você estaria disposto a perder no dia e qual o tipo de volatilidade não te deixaria desconfortável. Repita o processo com os ganhos. Afinal, não adianta ter uma boa noite de sono, mas suas economias rendendo quase zero.
Encontre seu perfil de investidor para dar o primeiro passo na construção da sua Carteira de Investimentos. É ele quem vai dosar a porcentagem do vai para ações de maior riscos e as de segurança.
2 – Ciclo de Vida e Objetivos
A cada período da vida, nós construímos certos objetivos. Quando ainda somos jovens, é bastante comum a ideia de acumular dinheiro para a compra de bens materiais, como um automóvel ou apartamento, por exemplo. Isso faz com que esse público possa se arriscar um pouquinho mais para buscar retornos mais velozes. Em uma fase mais avançada da idade, porém, é comum que procuremos estabilidade para uma vida mais confortável, com a queda no ritmo de trabalho. Desta forma, a segurança se torna prioridade, não mais o lucro.
Com isso, é importante estipular aplicações que estejam de acordo com sua fase de vida e objetivos. Se preciso, coloque todas essas ideias no papel e descreva (com cenário realistas) como espera que sua vida esteja daqui a 1, 5 e 10 anos. A partir destas características, vai ficar mais fácil montar uma Carteira de Investimentos, com ações que mirem esses objetivos.
3 – Prazo de Investimento
Assim que você identificar para que você precisa desse dinheiro extra, é hora de identificar o tempo em que precisa estar disponível. Geralmente, ativos de renda fixa, como Tesouro Direto, até podem ser sacados antes do vencimento. Porém, há uma série de cortes no meio do caminho, que podem te fazer perder dinheiro, fora a cobrança maior do Imposto de Renda.
Então, se sua ideia é conseguir uma renda mais rápida, aplicações em renda fixa podem não ser uma ideia boa. As ações, criptomoedas entre outras então, se tornam mais atrativas, já que é possível negociá-las a qualquer momento.
4 – Estude o mercado
Pode parecer bastante simples investir dinheiro na Petrobras, não é mesmo? Uma estatal consolidada no país, com lucros expressivos e produtora de um produto aceito mundialmente. Porém, o mercado é bem mais complexo do que isso.
Assim, estude o mercado, seus comportamentos, veja o retrospecto de rentabilidade da empresa, possíveis crises ou expansões, o que os investidores dizem sobre o ativo… Esse conhecimento vai te guiar para um tiro mais certeiro, em vez de simplesmente jogar os nomes ao ar e pegar o primeiro que cair na sua mão.
5 – Diversificar a carteira
Em posse de todas as características acima, é hora de começar a procurar por ações, títulos ou qualquer outra aplicação que siga o escopo anterior. Lembre-se que diversificar é o nome do jogo. Você não precisa colocar 100% do valor em uma startup de tecnologia. Porém, pode ser interessante destinar uma pequena parcela do montante da Carteira de Investimentos em uma “aposta” de risco. Ao mesmo tempo, ter um aporte mais de segurança não só te trará mais tranquilidade, como pode anular possíveis prejuízos obtidos em ações mais voláteis.