Durante muitos anos, o registro de informações era feito predominantemente por pessoas e em objetos físicos. Eram quilos e mais quilos de papéis e pastas amontoadas dentro de um armário. Com a chegada dos computadores, o modelo passou a ser mais digital. Porém, as máquinas e os arquivos são passíveis de falhas, gerando a necessidade de backups em mídias físicas, como CDs e pen-drives. As duas modalidades trazem, muitas vezes, dificuldade de acesso às informações pelas partes envolvidas, assim como enaltecem vulnerabilidades cibernéticas ou de equipamentos. Por isso, a tecnologia Blockchain se tornou uma proposta atrativa para muitas empresas. Essa busca por algo mais eficiente e confiável é visualizada na pesquisa da Rapid Innovation mostra que 94% das empresas listadas pela Fortune 500 – as maiores dos Estados Unidos – estão interessadas em trabalhar com o Blockchain. A Amazon já está envolvida com a tecnologia, enquanto o Google está focando nas criptomoedas este ano.
O que é o blockchain?
Embora o Bitcoin seja talvez o termo mais conhecido neste cenário de criptomoedas, o Blockchain é a base de tudo e o responsável pela existência das moedas digitais. O Blockchain, portanto, funciona como um enorme banco de dados, em que é possível registrar diversos tipos de informações em blocos, de forma cronológica, sequencial, criptografada e imutável, por meio de validações computacionais.
Bitcoin e Ethereum, por exemplo, possuem seus blockchains próprios, de praticamente mesmo nome de suas moedas nativas. Dentro de cada uma dessas plataformas é onde operam as criptomoedas, como o próprio BTC, ETH, Cardano (ADA), ChainLink (LINK), DogeCoin (DOGE), entre outras.
Como funciona o blockchain?
Banco de dados é o que não falta no mundo. Empresas oferecem aos montes a hospedagem e armazenamento de informações de várias companhias, seja em servidores locais ou em nuvem. Então, como funciona o Blockchain em comparação com esses serviços já existentes? Vamos dividir em subtópicos este tema!
1. Armazenamento de dados no blockchain
Para começar, o blockchain, sim, armazena dados. Porém, em muitos casos, seu funcionamento é descentralizado. Isso quer dizer que não existe uma empresa, um governo ou uma pessoa tomando conta dessas informações. Mas, sim, toda uma comunidade – conhecida também como mineradores ou validadores (stakers) – que armazenam uma cópia de todo o histórico daquele blockchain.
Vamos imaginar que, por algum motivo, os servidores do Google ou da Microsoft param de funcionar por alguma falha de hardware, por exemplo. Muitas empresas podem facilmente ficar sem acesso a dados importantes ou até mesmo simples, já que boa parte está depositada na nuvem.
No caso do blockchain, cada participante da plataforma possui uma cópia de todas as informações já registradas no sistema. Assim, caso algum computador apresente falhas, as outras máquinas simplesmente continuarão seu trabalho de gravar dados, sem qualquer comprometimento do histórico. A plataforma ainda permite backups em outros blockchains. Desta forma, é possível recuperar todas as informações, sem grandes esforços. Ainda, é possível acessar os registros mesmo sem conexão com a internet, a partir de uma cópia de segurança em uma unidade física.
A plataforma também fornece as chamadas chaves-privadas e chaves-públicas. Essas chaves criptografadas dão acesso a determinada informação dentro de um blockchain. Então, se você tiver, por exemplo, um contrato de venda de um imóvel registrado nesse tipo de sistema, a qualquer momento, por meio de seu smartphone, é possível acessar o documento sem problemas, já que você é uma parte ativa no contrato e possui uma chave de acesso. O comprador deste mesmo imóvel também poderá acessá-lo da mesma forma, assim como outros agentes interessados ou autoridades ou que tenham permissão para isso.
Com isso, as chances de perder ou ter suas informações inacessíveis é praticamente zero, assim como o acesso a todos esses dados é muito mais simplificado, independente de seu grau de autoridade no ambiente burocrático.
2. Validar informações no blockchain
Enquanto muitas empresas oferecem “apenas” o armazenamento de informações, o blockchain também é responsável pela validação dos dados nele registrados. No Bitcoin, por exemplo, quem faz a verificação de informações são os mineradores. Já no Ethereum, eles são chamados, agora, de validadores ou stakers. Independentemente do nome atribuído a cada um desses participantes, a função é a mesma: validar e garantir que todas as informações registradas nos blocos do blockchain sejam verdadeiras.
Ao realizar um depósito bancário na boca do caixa, por exemplo, o funcionário é responsável por contabilizar os valores das cédulas e moedas e adicionar a informação no sistema, correto? Aqui, o caixa do banco – e apenas ele – é quem dá o aval para que o saldo e seu respectivo valor seja acrescentado ou não. Isso, porém, torna a verificação bastante frágil. Afinal, como um ser humano, ele pode cometer erros e contar uma cédula a mais ou a menos, digitar um número errado no computador, burlar o sistema bancário de alguma maneira ou até mesmo roubar parte do valor para si.
Já no blockchain, essas validações funcionam de forma bastante diferente. As transações com criptomoedas estão sendo realizadas, de forma anônima e criptografada. Vai dos computadores superpoderosos dos mineradores ou stakers conseguirem realizar complexos cálculos matemáticos até identificar a criptografia e confirmar se a transferência realmente é possível e válida. Basicamente, é como se o caixa do banco, agora, precisasse analisar milhões de informações, antes de finalizar o depósito.
Para uma camada extra de segurança (como se precisasse), o bancário não decide sozinho se aquela transferência é verdadeira ou não. É preciso, então, que 50% mais 1 – ou seja, um consenso – dos participantes de todo o blockchain dêem o aval para essa informação. Ou seja, caso um desses stakers ou mineradores tentem burlar ou registrar uma informação falsa, os outros computadores vão impedir que isso aconteça.
3. Blockchain em blocos
Grandes blockchains, como Bitcoin, Ethereum, Cardano, entre tantos outros, registram uma quantidade absurda de transações. Cada uma desses registros são acumulados em um bloco e, só então, são adicionados ao blockchain. Imagine que você comprou dez fardos de latinhas de refrigerante, com 24 unidades cada. Você pode pegar uma latinha por vez e colocá-la na geladeira para resfriar. Ou, então, você pode simplesmente economizar tempo e colocar o próprio fardo no refrigerador. É mais ou menos assim que o blockchain lida com as informações.
Porém, há um bom motivo, além da velocidade de registro, que leva o blockchain trabalhar com blocos de informações e não com a separação delas: segurança! Assim que um bloco é adicionado ao blockchain, ocorre uma “selagem” criptográfica, por meio de um código hash. Este hash está ligado diretamente ao bloco anterior, formando uma espécie de corrente. Cada elo conectado ao seu elo anterior. Desta forma, se um hacker tentar burlar o sistema ou até mesmo roubar uma quantidade específica de Bitcoins, sua tarefa será árdua… Muito árdua!
Essa selagem é uma das características que impede a modificação de informações já registradas. Portanto, o criminoso precisaria quebrar a criptografia de todos os blocos, desde o primeiro existente até o último, para, então, conseguir fazer alterações.
Pense em um blockchain com 15 blocos. E há uma informação específica no 9º bloco em que o hacker quer roubar ou alterar. É preciso romper do primeiro ao novo bloco para modificar os dados. Não sendo o bastante, é necessário ainda descriptografar os blocos seguintes: do 10º ao 15º. Pesquisas mostram que, com a tecnologia atual, levaria centenas de anos para que um hacker conseguisse burlar um blockchain estruturado, assim como geraria um gasto energético absurdo, já que computadores bastante parrudos – consequentemente que consomem muita eletricidade – precisariam ficar ligados 24 horas por dia, sete dias por semana, realizando cálculos matemáticos complexos até resolver todas as criptografias. Os gastos financeiro, energético e de tempo tornariam a atividade inviável.
Aplicações do blockchain
O Bitcoin foi o primeiro blockchain existente. Na época de sua criação, não se tinha pretensões extras para seu uso, se não o envio de valores monetários, por meio da criptomoeda nativa, o próprio Bitcoin. Porém, a tecnologia não estava limitada a apenas essa atividade. A partir dela, milhares de desenvolvedores começaram a se debruçar nas possibilidades e criar uma série de novas funções para o blockchain.
Especificamente, o Bitcoin é bastante eficaz no envio de valores entre os usuários, mas quando se é ampliado para o uso de smart contracts, por exemplo, a rede opera de forma extremamente lenta, tornando inviável essa prática. O blockchain do Ethereum, por outro lado, permite a criação desses contratos inteligentes, NFTs (non-fungible tokens) e outras funcionalidades com maior maestria. Esses dois casos são bons exemplos de aplicações que a tecnologia pode oferecer.
Imagine uma apólice de seguro automotivo. Lá, estão as regras, direitos e deveres de cada uma das partes envolvidas, como segurado, corretora e seguradora. Os dados dos participantes também são descritos. Se esse contrato estiver em um smart contract, dentro de um blockchain, cada informação é totalmente garantida e imutável. Além disso, o procedimento se torna auto-executável. Desta forma, o proprietário que teve seu veículo roubado precisa indicar, com os documentos necessários e previstos no contrato, por meio da interface do blockchain a ser oferecido pela empresa, o furto do automóvel. A rede de mineradores ou validadores, então, vai verificar a informação e executar a apólice automaticamente. Assim, um processo que levaria meses até o segurado receber seus direitos do contrato, passa a durar poucos dias, senão algumas horas.
Fora essa funcionalidade, o blockchain ainda é amplamente utilizado no registro de informações de cadeia de suprimentos, garantindo a originalidade e veracidade das matérias-primas e até o processo de produção de determinado produto. Selos públicos de sustentabilidade ou qualidade também podem ser emitidos e garantidos pelo blockchain.
Na prática, a Nestlé, no Brasil, tem uma linha de cafés, em que o consumidor pode, por meio de um smartphone e um QR Code, conferir exatamente o local e a hora de plantio e colheita do grão que está naquele pacote, quais produtores participaram do processo, o procedimento e o período de torragem e moagem, quando e onde foi realizada a embalagem, transporte, entre outros. Na China, boa parte da carne brasileira está sendo registrada em blockchain. Isso evitou que uma leva considerável da mercadoria, que estava contaminada com o novo coronavírus, entrasse no país e causasse mais problemas. Nos Estados Unidos, há bairros onde algumas casas consomem menos eletricidade do que produzem. Com o blockchain, esse volume é contabilizado e até mesmo revendido para os vizinhos que precisam de mais energia. Na Austrália, uma produtora de tênis Nike usou o blockchain em uma linha limitada do produto para garantir a originalidade do calçado, reduzindo o índice de falsificações. O mesmo se repete no mercado de bolsas de luxo, arte, bebidas e até de alimentos, como carnes e peixes.
São apenas 14 anos de tecnologia blockchain no mundo e ainda há muitas coisas para se descobrir sobre seu potencial. Mas o avanço realizado apenas nos sinaliza que uma nova revolução tecnológica está em pleno andamento, em que novas funcionalidades devem surgir nos próximos anos, com o blockchain ficando cada vez mais presente em nossos cotidianos.
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