Pouco a pouco, a economia brasileira parece estar recuperando parte de seu rumo. Dados do Sebrae e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), por exemplo, mostram que a confiança das micro e pequenas empresas se mantiveram estável em outubro, em relação ao mês anterior. Mesmo assim, ainda há muito o que melhorar neste quesito, levando empreendedores a buscar novos modelos de negócio que permitam aumentar o faturamento ou explorar outras possibilidades de atuação. Para isso, uma oportunidade viável e recompensadora para diversos tipos de empresários é o correspondente bancário.
Por que ser correspondente bancário?
A rápida popularização dos aplicativos de bancos e contas digitais levaram ao fechamento de quase 3.600 agências – a maioria delas ineficientes – nos últimos quatro anos, de acordo com o Banco Central do Brasil (BACEN).
Entretanto, o brasileiro quer, sim, manter um relacionamento próximo de sua instituição financeira. Um levantamento mostrou que, em 2022, 70% dos entrevistados possuem contas em banco físico e digital. Em comparação com 2020, esse volume era de apenas 37%. O estudo destacou também que as pessoas com conta aberta apenas em instituições financeiras tradicionais recuou de 57% para 21% este ano. O que parecia ser uma vantagem dos Modelos de Negócios digitais, na verdade, viu o jogo virar. Dos 3% que eram clientes apenas de bancos digitais acabaram por adotar também uma conta em um banco tradicional neste ano, algo não visto nos levantamentos anteriores. Assim, há uma demanda grande ainda do brasileiro por um contato pessoal com gerentes e bancários.
Com isso, os bancos passaram a investir nos chamados “Correspondentes Bancários” para aumentar a capilaridade de seus serviços e manter suas operações de forma presencial. Hoje, são mais de 210 mil postos de atendimento in loco, que realizam cerca de 5,8 bilhões de transações por ano. Esse movimento é importante, pois mais de 43% das cidades brasileiras não contam com qualquer tipo de agência bancária, deixando milhões de clientes desamparados ou com acesso restrito a serviços financeiros.
Vale a pena optar por um modelo de negócios bancário?
Ao considerarmos esse enorme nicho de mercado ainda pouco preenchido no país, se tornar um correspondente bancário pode ser uma alternativa bastante atrativa para empresários que querem aumentar seu faturamento mensal e explorar novas opções de trabalho. O interessante desse mercado é que há 3 modelo de negócios diferenciados que atendem a demanda e necessidade dos mais diversos empreendedores.
Representante Informal
Este é o modelo de negócio mais “básico” dentro das modalidades de correspondentes bancários. A atuação permite o empreendedor a vender crédito consignado, se tornando um representante informal de alguma instituição financeira.
Há muitas vantagens neste Modelo de Negócios, já que não é preciso possuir um CNPJ para prestar esse tipo de serviço. Ao mesmo tempo, a carga horária é bastante flexível, com o próprio empresário tendo o poder de decisão sobre quantas horas por dia quer se dedicar ao serviço. Com isso, é possível conciliar dois ou mais trabalhos no período.
Aqui, o Representante Informal poderá formalizar contratos digitais ou físicos (presencial). Esse pode ser um ponto de atenção, já que essa flexibilidade burocrática exige um controle de vendas e comissionamento por parte do próprio empresário, assim como todo o arquivo e armazenamento corretos de documentações dos clientes.
Televendas
Ao contrário do primeiro modelo de negócios para correspondentes bancários, o Televendas credencia o empresário a realizar vendas de crédito consignado apenas via telefone.
Há dois pontos importantes que o empreendedor deste modelo de negócio precisa driblar. O primeiro deles é a metodologia das instituições e convênios que oferecem créditos consignados. Por estar restrito a fechar contratos apenas de forma remota, nem todas as empresas aceitam documentos com assinatura digital dos clientes. Já o segundo, envolve o medo dos interessados em realizar um acordo desse tipo por telefone, por receio de ser uma atuação fraudulenta.
Diante destes obstáculos, o empreendedor, claro, vai precisar investir tempo para um planejamento de marketing, treinamento do time e técnicas de vendas para ultrapassar essas barreiras e conseguir consolidar este Modelo de Negócios.
Loja Física
Entre as três possibilidades, a loja física é, hoje, o modelo de negócio mais completo para correspondentes bancários, assim como o que pode trazer maior credibilidade e fidelização do cliente no estabelecimento. Afinal, como vimos neste artigo, o correntista quer ter o cliente do banco próximo dele.
Aqui, há uma flexibilização considerável na metodologia de trabalho, já que o correspondente bancário pode oferecer e formalizar contratos de forma digital ou física, além de se relacionar diretamente com o cliente. Existe ainda a possibilidade de oferecer serviços diversos neste modelo de negócios, como pagamento de boletos, saques, empréstimos, abertura de contas, solicitações de cartões, entre outros.
Para abrir um Correspondente Bancário em loja física, o empresário precisa ter um bom plano de negócios, considerando os custos da loja – aluguel, luz, água, telefone, itens de papelaria – e assim como o gerenciamento financeiro e estabelecimento de metas.
Não há muitos limites para a expansão deste modelo de negócio, pois é possível aumentar o tamanho da loja ou contratar funcionários para atender ainda mais clientes. Ainda é possível abrir novos postos de atendimento, em regiões distantes, para se posicionar com mais força no mercado.
Já sabe qual modelo de negócio escolher?
Os três modelos de negócios apresentados neste artigo mostram que há, sim, maneiras de empreender no mercado bancário, sem necessariamente investir muito tempo ou dinheiro. Entretanto, a possibilidade de expandir a atuação de sua empresa ou até mesmo migrar suas operações para um correspondente bancário de loja física abre uma perspectiva de aumento considerável no faturamento do empresário.
Assim, antes de decidir, observe qual modelo de negócio mais se encaixa com seu perfil, tempo disponível e expectativas. Este guia vai te ajudar a procurar a melhor participação no nicho de correspondentes bancários!